Quando observamos a organização do tempo e das informações históricas
em um livro didático, mal pensamos sobre todo o processo que envolveu a
fabricação daquele material disponível para estudo. O passado, enquanto
objeto de estudo, não está devidamente organizado e analisado em todas
as suas dimensões. Para que seja possível conhecê-lo, o historiador tem
que sair em busca dos vestígios que possam fornecer informações e
respostas ao seu exercício de investigação.
Sob tal aspecto, notamos que o historiador deve estar à procura
constante e regular de fontes que viabilizem o seu contato com as
experiências que já se consumaram ao longo do tempo. Fora desse tipo de
ação, a pesquisa histórica fica sujeita à produção de suposições e
julgamentos que fogem ao compromisso do historiador em conferir voz ao
tempo que ele observa e pesquisa. Sendo assim, as fontes históricas
aparecem como elementos de suma importância em tal caminhada.
Ao contrário do que possa parecer, o reconhecimento e uso de uma
determinada fonte histórica não é naturalmente realizado por aqueles que
se colocam em busca do passado. Dependendo dos interesses e influências
que marcam a trajetória do historiador, notamos que as fontes
históricas podem ser empregadas ou não em seu trabalho. Desse modo,
entendemos que nenhum historiador terá a capacidade ou disposição de
esgotar o uso de todas as possíveis fontes relacionadas a um determinado
evento ou tema.
Durante muito tempo, os historiadores acreditavam que o passado não
poderia ser reconhecido para fora das fontes escritas oficiais. Tal
critério, que perdurou até o século XIX, chegou a determinar que o tempo
em que a escrita não fora dominada pelo homem ou as sociedades que não
dominavam tal técnica não poderiam ter o seu passado escrito. Sendo
assim, o trabalho de vários historiadores esteve preso aos documentos ou
fontes escritas.
No século passado, a ação de outros historiadores e o desenvolvimento
de novas formas de estudo foi gradativamente revelando que o conjunto
de fontes a serem trabalhadas pelo historiador pode muito bem extrapolar
o mundo letrado. A partir de então, fontes de natureza, visual, oral e
sonora foram incorporadas ao conjunto de compreensão do passado. Com
isso, observamos que determinados temas históricos tiveram a sua
discussão renovada e ampliada para outros patamares.
Logicamente, não podemos deixar de frisar que o uso de diferentes
fontes empreendeu o reconhecimento de novos desafios ao ofício do
historiador. Em contrapartida, ofereceu ao historiador e ao público
interessado uma oportunidade de renovar e determinar o crescimento da
produção técnica, científica e didática sobre o assunto. De fato, o
século XX foi marcado por um volume de publicações de temas históricos
nunca antes observados em qualquer outro tempo.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Mundo Educação
Mestre em História
Equipe Mundo Educação
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